Atualizações
Nesta sexta-feira (15), o juiz Luís Gustavo Vasques, da 2ª Vara Criminal da São João de Meriti aceitou a denúncia feita pelo Ministério Público, tornando réu o médico anestesista Giovanni Quintela Bezerra, pelo crime de estupro de vulnerável. O MP sugere sigilo quanto ao processo e pede também uma indenização de não menos que 10 salários mínimos para a vítima.
Informações dão conta de que ainda nesta sexta-feira, uma mulher que teria sido submetida a procedimento em seu parto com a participação do médico anestesista no dia 16 de junho no Hospital da Mulher de São João de Meriti, procurou atendimento na Deam da cidade e também fez denúncia contra o anestesista. Ela compareceu à unidade policial de forma espontânea. Há relatos de que ela teria chorado muito ao expor o caso.
Além deste fato amplamente divulgado, a Polícia Civil está investigando mais 40 possíveis caso de estupros praticados pelo médico anestesista durante procedimentos em que ele havia participado. Em vários canais de notícias, fala-se algo em torno de 44 participações do anestesista, somente no Hospital da Mulher de Mesquita.
Em reunião plenária realizada nesta terça-feira (12), foi aprovada pelo Conselho Regional de Medicina (Cremerj) a suspensão provisória do registro profissional do médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra. Sendo assim, o anestesista fica impedido de exercer a profissão em todo território nacional. O Cremerj informa também que está sendo instaurado um processo ético-moral que poderá acarretar em uma cassação definitiva de seu registro profissional.
Na tarde desta terça-feira (12), após passar por audiência de custódia, o médico anestesista foi transferido para o presídio Pedrolino Werling de Oliveira, o Bangu 8, no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio. Ele vai estar em ala que é destinada à presos que possuem curso superior. Por decisão da juíza Rachel Assad, a prisão do anestesista foi convertida de temporária para preventiva.
A Delegada da Deam e responsável pelas investigações, Bárbara Lomba, fala sobre o caso.
Ouça no áudio:
A delegada ainda acredita que o anestesista tenha feito mais vítimas também em outros hospitais, e segundo ela, será feito um levantamento sobre o número de pacientes atendidas pelo anestesista desde o início de suas atividades.
Os fatos
Giovanni Quintella Bezerra, médico anestesista de 32 anos, foi preso em fragrante por estupro de uma paciente que dava a luz no momento do seu procedimento. A paciente estava dopada. O fato ocorreu na madruga da desta segunda-feira (11) no Hospital da Mulher em São João de Meriti.
Segundo informações, funcionários do hospital começaram a perceber a quantidade excessiva de sedativos que o anestesista aplicava nas pacientes, e acostumados a acompanha-lo durante os procedimentos, estariam achando estranho a maneira em que realizava seu trabalho, pois ele tinha o costume de utilizar de algo parecido com um lençol para obstruir a visão do que ele estaria fazendo, foi quando alguns destes funcionários decidiram colocar um celular de forma estratégica e gravar o que poderia estar acontecendo por de trás do tal lençol.
Para surpresa de todos, as imagens mostraram algo terrível: o anestesista aproveitava da vulnerabilidade das pacientes, que estavam altamente dopadas, e as estuprava.
Rapidamente, os funcionários que gravaram as horríveis e inacreditáveis cenas, tomaram logo a decisão de denunciar o abuso a direção do hospital, que por sua vez, acionou imediatamente a polícia, e médico anestesista acabou preso em flagrante no próprio hospital. No momento da prisão, ele demonstrou surpresa, e principalmente quando soube que tudo havia sido gravado. As chocantes e perturbadoras cenas foram vistas por milhares de pessoas no mundo todo através dos noticiários.
Há informações de que Giovanni Quintella Bezerra tenha se formado no curso de Medicina no ano de 2017, pelo Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA) e concluiu a especialização em anestesia no início de abril deste ano, e desde então, começou a atuar como anestesista, trabalhando em pelo menos 10 hospitais da rede pública e privados.
A princípio, o anestesista foi indiciado por estupro de vulnerável, e a pena para este tipo de crime é de 8 a 15 anos de prisão. Foi aberta uma sindicância interna, segundo a direção do hospital. A direção também informa que o Cremerj, que é o Conselho Regional de Medicina, foi notificado quanto aos fatos.
88